sábado, 31 de janeiro de 2009

Frase da Mente.

"now i will tell you what i've done for you."

domingo, 25 de janeiro de 2009

Intensidade.

“Talvez ele já se acostumara a tudo que estava acontecendo. Era sempre a mesma coisa. A felicidade vinha e transformava tudo em cores vivas, em tons berrantes e brilhantes. E logo a tristeza vinha, em escalas de cinza. Não entendia como a mudança ocorria tão rápido. Como isso tudo mudava de repente, mas sabia que as escalas de cinza eram cada dia mais freqüentes. Começara a pensar que tudo não passava de uma farsa, que era melhor jogar tudo pro alto e seguir em frente, em outra vida. Ou simplesmente fugir disso tudo, começar vida nova, sem lembranças desse passado que ele sempre odiara. Ele odiara? Nem mesmo ele sabia. Ele amava tudo com tanta intensidade, ele queria sempre mais, com mais força, mais desejo. Porque lhe era negada o Dom da Felicidade por longos momentos? Era como se senti-se que estava constantemente rodeado de amigos, que não estava sozinho. Mas, aqueles amigos ali não lhe eram confiáveis, não lhe eram “úteis”. Esses amigos eram amigos se seus amigos, e não amigos dele. Aquilo o feria por dentro, como se nunca existisse alguém que pudesse amá-lo como deveria, alguém que pudesse sentir como ele sentia. A solidão que ele sentia sempre, mesmo rodeado de pessoas que lhe diziam “eu te amo“ sempre. Mas, pra que reclamar? Talvez o erro seja dele. Ele quem pedia demais, era perfeccionista demais, que impusera mascaras, falsidades para si próprio. Mentira para si próprio. Há mentira pior que essa? Isso foi o que realmente o aprisionou, o que o fez se sentir preso em correntes junto ao chão. Agora ele percebia aquilo tudo que ele mesmo fizera para se enganar. E não adiantaria ele achar que morrer ou recomeçar ajudaria, pois isso não aconteceria. Talvez ele precisasse ser mais evoluído, amar mais a si mesmo, ter a si como uma dádiva por acordar todos os dias e poder desfrutar de coisas que ele jamais sonharia em querer perder, mesmo que ele nem fizesse idéia de que elas existisse. Talvez ele, que se julgava intenso por sentir essas emoções frias, ou por simplesmente achar que a intensidade vinha de sua intuição ou impulsividade, precisasse de mais intensidade. Ou mesmo da verdadeira intensidade. O que era intensidade para ele agora? Talvez fosse a única certeza de sua vida. O seu sentido da vida agora. Saber o que na realidade era intensidade.”

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Um Ser Completo.



“Olhava para o céu todos os dias. Não porque estava perdido ou distante, mas porque não mais se sentia só. Reconheceu que não era normal. Não dizia normal como aquele que faz tudo igual a todos, tem uma rotina definida, tem amigos, tem família. Não era normal porque descobriu que, sua alma gêmea andava junto consigo. Não existia outra pessoa a quem ele pudesse amar, e ele não sentia falta disso. Tampouco amava a si mesmo ao ponto de ser egoísta e egocêntrico. Ele simplesmente se amava. E se descobriu amando algo que poucas pessoas conseguiam olhar com os mesmos olhos que ele. Ele olhava para o céu porque o amava. Sentia que, se continuasse a olhar por horas, poderia voar até ele, e mergulhar por entre as nuvens e viajar pelos vários ângulos que ele conseguia pensar para fotografar. Fotografar. Seu amor por tudo o que havia de mais belo na natureza o levou a estudar fotografia. Se formou como o melhor de sua turma, viajando para o exterior a procura de tudo aquilo que ele sonhava fotografar. Não que ele pensasse que gravar em papel ou em um computador pudesse mostrar toda a magnitude de tudo que ele conseguia ver e sentir, mas ele queria que as pessoas pudessem ver com seus olhos, amar como ele amava aquela criação divina e sentir o que ele sentia quando estava ali, fotografando: completo. Se antes era inteiro por ter dentro de si sua alma gêmea, imagine quando percebeu que o próximo estagio era amar a natureza? Não precisava trabalhar, era famoso agora. Tinha todo o dinheiro que queria, e simplesmente por tirar fotos de tudo que mais amava, e vender por simples prazer. Isso era vida. Isso era o que ele sempre mereceu. Ele amava a tudo, ele tinha tudo dentro de si. E quando morreu de velhice, sozinho em sua casa, olhando um de seus álbuns de fotos dedicados a si mesmo, as pessoas que eram suas vizinhas diziam que ele morrera de solidão, de tristeza. Mas, só ele mesmo sabia que havia morrido com toda a paz que lhe era merecida, pois dentro dele jaziam duas almas que se amavam desde sempre e para sempre, e não mais existiria no mundo alguém que pudesse ver tudo como essas duas almas viram.”

ps.: A foto postada foi tirada por mim.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Não importa mais.

" E já não importava mais se ele conseguia raciocinar como antes ou se ele precisava vomitar no banheiro para isso. Talvez se bebesse mais, ele conseguisse distinguir o que é certo ou errado, quem sabe? Quem sabe o que é o certo ou errado nessa sociedade que só consegue pensar em si própria? Ele mal conseguia entender agora. Os carros passavam rápidos e ele se viu dentro de um carro em movimento com um balde a sua frente. Já não estava mais tão tonto ou tão enjoado, mas mesmo assim vomitou novamente no balde já usado por ele antes. Não se lembrava de ter vomitado antes, ou de simplesmente ter apagado na festa, ou seja lá onde ele fora depois de beber todas aquelas doses de whisky no bar. Só sabia que estava dentro de um carro com pessoas que ele não conseguia reconhecer. Talvez fosse pela bebida, mas já estava sóbrio o suficiente . Ele não mais via rostos, ou via cabelos, sorrisos, roupas. Ele via vultos. E todos eles com variações de preto e branco. A maioria estava quase totalmente negra, com uma região perto de onde seria o coração de um esbranquiçado que não tardaria a acabar. Ele viu que o motorista era quem quase não tinha mais a parte esbranquiçada, e toda vez que o vulto se mexia para frente ou para traz, a parte branca ia sumindo até que se ele se tornou completamente negro. Ele olhou a estrada e só conseguia ver agora em escalas de cinza e olhou para o próprio corpo. estava tambem parecendo como todos os outros, porem sua parte branca estava crescendo aos poucos. Ergueu novamente os olhos a tempo de ver algo que se parecia com uma mureta de ponte e tentou gritar para o motorista, mas só vomitou de novo e viu em seu rosto um sorriso branco reluzente de pura malícia e satisfação. Nos poucos segundos que teve antes do carro cair do viaduto por onde passavam e explodir, carbonizando todos dentro dele, ele sentiu uma leve euforia, como se estivesse em uma montanha-russa. Mas, lembrou-se de que era a morte que o aguardava, e não mais uma descida e talvez um novo loop. Então, como se fosse natural, ele fechou os olhos na escuridão e aguardou. Sentiu o impacto, o amassar do ferro sobre si e o grito de pessoas e logo tudo virou um clarão assim que a fronte de seu crânio afundou completamente no porta-luvas. Respirou uma ultima golfada de ar que seus pulmões espremidos e perfurados por suas costelas recém quebradas permitiam, dando-lhe os milésimos que precisava para degustar sua dor e simplesmente sentiu-se... desaparecer. "

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Verbo refletir.

Faz tempo que não venho aqui, precisava atualizar. Como sempre, eu repasso na cabeça um monte de palavras que gostaria de escrever, mas quando chega na hora, elas nunca saem. Que coisa irritante. :S

Hoje me falaram que refletir faz com que nos aproximemos de nós mesmos e, nesses dias que tenho passado longe de amigos e estado bem mais solitário que o normal, percebi que é verdade. Nunca gostei de refletir. Essa palavra me trazia o sinônimo de paranóia, de desespero e junto à chamada “fossa”. Hoje revi um conceito muito antigo meu, que finalmente vi que em parte, estava errado.

Poder ficar mal por um tempo nos faz perceber que precisamos estar mais tempo conosco ao invés de estar somente com amigos. Afinal, passaremos mais tempo com as várias faces de nós mesmos do que com nossos amigos. Conseguir entender todas as nossas faces internas e desmascarar tudo que conseguirmos delas faz com que você ache o ponto mais intimo de si. O ponto em que tudo se une dentro de você. E isso nos torna o que realmente deveríamos ser: humanos.

Mesmo que isso me deixa estranho, creio que essa é a melhor forma, e é um dos sentidos que leva minha vida agora. Tudo que tem se passado é um teste e é assim que a vida continua. Como eu vi no orkut de uma amiga a um tempo:

“Pra ganhar na mega-sena, primeiro tem que jogar. Meus anjos, isso serve para a vida.”

Bom, creio que agora eu percebo que preciso jogar mais, ter mais mascaras pra vencer na vida, mesmo que isso seja algo que eu abomino. Se tem de ser assim, será. Não vou ser esmagado por nada nem ninguém.

Tinha pensado em escrever sobre a minha fossa, escrever sobre o que me deixa mal, o que está acontecendo na minha vida nesse momento, já que o blog serve pra isso. Mas, acho que chega de escrever reclamações não? :)
Por ultimo, deixo uma frase que tem estado na minha cabeça desde ontem, e faz sentido pra mim agora mais que antes. É uma parte da musica do Paramore que eu gosto tanto:

“That’s what you get when you let your heart win.”

E isso é uma verdade. Bom, pelo menos pra mim é.

Beijos e desculpe a demora pra postar, precisava “refletir”.
;*